quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

 FLORBELA ESPANCA
Dada a singularidade do seu temperamento, aliada à rejeição que isso motivava da parte da sociedade, e, sobretudo, em virtude das relações amorosas que nunca a satisfazem e lhe trazem sucessivas desilusões, surge em Florbela uma pretensão evasiva. Aparece, nos seus versos, a ideia de fuga, manifestada, principalmente, em «Trocando Olhares», e que tanto se poderá ligar à sua ambição de infinito, como ao desejo de morrer que a levará ao suicídio. Essa pretensão torna-se particularmente evidente, se atendermos à temática do sonho a que Florbela repetidamente regressa: ao sonho de um lugar sem mágoas, nem solidão, onde as desilusões não a possam atingir. É ela a «Maria das Quimeras», que acorda sempre dos seus sonhos de amor, mas espera, ainda assim, que essas quimeras impossíveis se renovem.

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